Tu és beleza pura
e eu sou só feiura.
Tu és obstinada
e eu sou só um nada.
Tu és puro brilho
e eu sou maltrapilho.
Tu és bela canção
e eu sou exceção.
Não sei o que te atrai,
nem mais ninguém,
para este alguém
que só te trai.
Tu és beleza pura
e eu sou só feiura.
Tu és obstinada
e eu sou só um nada.
Tu és puro brilho
e eu sou maltrapilho.
Tu és bela canção
e eu sou exceção.
Não sei o que te atrai,
nem mais ninguém,
para este alguém
que só te trai.
Poema é como piada:
quando se explica,
perde a graça.
Poema é como mágica:
quando se pratica,
enche de graça.
Poema é como cura:
quando se aplica,
toda dor passa.
Poema é como reza:
quando se suplica,
todo mal passa.
As coisas não são antigas
Até que você as conheça.
Aquilo que lhe é inédito
É a real novidade.
As coisas não são antigas
Até que você as feneça.
Por isso, sempre dê crédito
Àquilo que tem qualidade.
As coisas não são antigas
Enquanto as tem na cabeça.
Aquilo que está no recôndito
É o que traz felicidade.
Eu adoro livros de bolso!
Porque a minha casa é de bolso,
a minha vida é de bolso...
Mas...
não adianta eu ficar aqui
fazendo estes versos de varde.
Aliás,
nem existe "de varde".
Li num livro
que o correto é "debalde".
Só que "debalde"
não cabe neste poema.
O balde enche demais
e este poema é vazio.
E, além do mais,
o "de varde" é tão correto
quanto a minha vida vazia.
Estou cheio!
Ela sempre lembrava
do que devia esquecer
Ela sempre esquecia
do que devia lembrar
Ela sempre sorria
quando devia chorar
Ela sempre chorava
quando devia sorrir
Ela sempre buscava
o que devia evitar
Ela sempre evitava
o que devia buscar
Estava sempre acordada
quando devia dormir
Estava sempre dormindo
quando devia acordar
O demônio provoca,
instiga.
O desejo ele evoca
e o caos abriga.
A intriga
o demônio invoca.
Ele futrica
e a sociedade choca.
Ele atiça a tormenta
e o mal prossegue.
O demônio tenta
e às vezes consegue.