você é um diário.
Eu sou chave-mestra,
você é um cadeado.
mas me sufoca.
Você me acolhe,
mas me aprisiona.
Preciso me ver livre…
de você.
deste sonho
de nós dois.
Tu és beleza pura
e eu sou só feiura.
Tu és obstinada
e eu sou só um nada.
Tu és puro brilho
e eu sou maltrapilho.
Tu és bela canção
e eu sou exceção.
Não sei o que te atrai,
nem mais ninguém,
para este alguém
que só te trai.
Eu sou pequeno.
E nunca serei grande,
ou normal…
Tenho medo de ir ao encontro dos outros.
Pode ser que eles não me enxerguem
e acabem pisando em mim.
Porém,
quando é inevitável me misturar,
vou de encontro aos demais.
Então,
parece que todos me veem,
todos me estranham,
e eu me sinto espaçoso.
Gostaria de não ser
assim como eu
sou.
Poema é como piada:
quando se explica,
perde a graça.
Poema é como mágica:
quando se pratica,
enche de graça.
Poema é como cura:
quando se aplica,
toda dor passa.
Poema é como reza:
quando se suplica,
todo mal passa.
As coisas não são antigas
Até que você as conheça.
Aquilo que lhe é inédito
É a real novidade.
As coisas não são antigas
Até que você as feneça.
Por isso, sempre dê crédito
Àquilo que tem qualidade.
As coisas não são antigas
Enquanto as tem na cabeça.
Aquilo que está no recôndito
É o que traz felicidade.
Eu adoro livros de bolso!
Porque a minha casa é de bolso,
a minha vida é de bolso...
Mas...
não adianta eu ficar aqui
fazendo estes versos de varde.
Aliás,
nem existe "de varde".
Li num livro
que o correto é "debalde".
Só que "debalde"
não cabe neste poema.
O balde enche demais
e este poema é vazio.
E, além do mais,
o "de varde" é tão correto
quanto a minha vida vazia.
Estou cheio!