Papelão (10/10/2024)

Já era amanhã.

Logo pela manhã,

no asfalto molhado,

um papelão embolado

rolava com o vento.


Tão pouco desperto,

chegando mais perto,

vi que o tal papelão

não passava de um cão –

que triste lamento!


A criatura inocente,

um bom ser vivente,

pra sociedade doente,

é só um indigente

como lixo descartado –

mas que papelão!

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